Cerca de 60 milhões de pessoas nos Estados Unidos não conseguem acessar a internet com as configurações normais de um computador e precisam de teclados, mouses ou telas de leitura especiais, segundo dados do diretor do núcleo de Comunidades Especiais do Yahoo, Alan Brightman. A discussão sobre a importância da acessibilidade da internet envolve cada vez mais programadores e webdesigners, assim como as grandes empresas atuantes na web, que querem tornar a experiência da rede mundial de computadores acessível ao maior número possível de usuários.
"Estamos vendo muito mais preocupação e envolvimento na acessibilidade da web agora do que há alguns anos, especialmente entre as grandes empresas", disse ao site Cnet Judy Brewer, diretora do núcleo de Iniciativas para Acessibilidade na Web da organização World Wide Web (W3C), consórcio internacional que define padrões para a internet. "Está se tornando uma expectativa real que os sites precisam, cada vez mais, satisfazer as necessidades de todos os usuários", acrescentou a especialista.
O núcleo de Judy Brewer na W3C trabalha lado a lado com outros núcleos do consórcio no desenvolvimento da nova linguagem padrão de programação para web, a chamada Html 5. Na opinião de Judy, o principal desafio neste momento é conseguir fazer com que a Html 5 possa suportar todas as necessidades de acessibilidade.
Um artigo publicado nesta terça-feira pelo Cnet salientou que duas das maiores empresas de internet, Yahoo e Google, já tornaram o fator da acessibilidade uma parte fundamental do trabalho. O Yahoo, por exemplo, exige que todos os novos empregados recebam treinamento especial sobre acessibilidade e os novos designers de livros eletrônicos passem pelo Laboratório de Acessibilidade. Já o Google adicionou recentemente uma ferramenta no YouTube que permite aos usuários colocarem automaticamente legendas nos seus vídeos, o que facilita o acesso para pessoas com problemas de audição.
"Enquanto a internet se torna mais dinâmica, as exigências de acessibilidade se tornam cada vez mais interessantes e, muitas vezes, um desafio para serem implementadas", disse Brewer.
De acordo com um levantamento da WebAim, organização ligada à Universidade de Utah, um dos equipamentos mais utilizados pelos deficientes visuais, os leitores de tela (softwares especiais que descrevem em voz alta os conteúdos das páginas da web), se confundem com a maioria das configurações dos sites existentes atualmente. Mesmo simples imagens ou fotografias em uma página na web, podem criar problemas para estes programas se os responsáveis pela publicação do site não adicionarem o texto correto a todas as fotos.
Ainda não existem leis específicas nos Estados Unidos que obrigam as empresas de internet a tornarem seus sites acessíveis a deficientes, mas especialistas consultados pelo Cnet acreditam que algumas partes da lei americana sobre acessibilidade possa ser aplicável na internet.
Mas, enquanto leis específicas não são desenvolvidas, Brightman salienta que tornar o site acessível ao maior número de pessoas é um fator positivo principalmente para os negócios. Nesse sentido, o Cnet salienta, por exemplo, o fato que o número de usuários acima dos 65 anos de idade utilizando a internet ao redor do mundo tem crescido a cada ano, e com isso, devem crescer também as necessidades de adaptação da web.
Fonte: http://www.saci.org.br/index.php?modulo=akemi¶metro=27567
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