Projeto O Mundo Mágico da Leitura ganhou toda a Escola Municipal Vila Aparecida
Letícia Barbieri | leticia.barbieri@zerohora.com.brEles têm nove anos de idade e uma legião de fãs na escola. Os mais novos mal podem esperar pela vez deles. Ficam ansiosos até a terça-feira em que a professora do 4º ano vai bater na porta com seus alunos e perguntar: querem ouvir uma leitura? A vibração é geral. Prontamente, os pequenos do 2º e 3º anos se organizam e saem de mãos dadas com os grandes do 4º ano.
Em duplas, no pátio da escola, eles se entregam aos livros. A história narrada com solenidade pelos mais velhos é ouvida com atenção. Enquanto ela desperta a curiosidade do pequeno, treina a leitura do grande. Ninguém quer ir embora.
– Parece que a gente entra dentro do livro – explica Vitória Krumenauer, nove anos.
Desde que descobriu que a leitura na aula deixava marcas em seus antigos alunos, a professora Alba da Silva percebeu que poderia fazer mais.
– Um dia uma ex-aluna voltou à escola para trazer o filho e em uma carta escreveu que jamais esqueceu do 4º ano, no qual a leitura em sala de aula a fazia sonhar, fantasiar, viajar – emocionada-se a professora.
Do relato nasceu o projeto O Mundo Mágico da Leitura que ganhou toda a Escola Municipal Vila Aparecida, um exemplo de Portão, no Vale do Sinos. Mais do que os grandes do 4º ano e os pequenos do 2º e 3º, o projeto envolve os pais dessas crianças.
Quando chegam em casa, não importa a idade, todos viram contadores de histórias e os ouvintes são eles: o pai e a mãe. Pareceres são feitos por eles à mão e enviados para a escola.
– Apesar de o livro ser bastante longo, a leitura foi fluente, com timbre e pontuação durante todo o tempo – percebeu Adriane Arneche, mãe de Arielle.
O hábito da leitura ultrapassa a sala de aula, chega ao pátio da escola e percorre os corredores e refeitório quando todas as terças-feiras os 98 alunos, seis professores e três funcionários da escola param e dedicam meia hora a livros, jornais e revistas. Vale tudo, o importante é o prazer da leitura ser compartilhado.
– Nós apostamos nessa semente. Hoje, eles leem para os colegas, amanhã poderão ler para os seus filhos – acredita a diretora da escola, Elza Pereira.
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